433 Especial Investigação

Para fechar esta semana, a redacção em peso (não, não vai haver uma piada do Miccoli desta vez) do 433 decdiu publicar os resultados da sua primeira grande investigação.

Como é sabido, o Benfica vai apresentar a sua nova mascote no próximo dia 2. De seu nome “Mascote Vitória”, para não se confundir com a “Milhafre Vitória”, porque como é sabido, pensar demasiado num nome pode criar cancro, impotência e, pior de tudo, horas extraordinárias (não confundir com “horas extra ordinárias”, tambem conhecidos como “programas do Rocha”. Segundo o comunicado oficial, a personagem “Gosta muito de jogar Futebol, Basquetebol, praticar Natação e também as inúmeras actividades radicais que existem no Benfica Aventura” (como é obvio, odeia hóquei em patins) e tambem de “ir à escola e as suas disciplinas preferidas são Matemática, Português e Educação Física“.

Tudo isto parece bater certo, até que se repara no tamanho da caixa toráxica (não confundir com o tamanho dos apendices exteriores, como a respectiva do Cristiano Ronaldo) e das asas/braços. A verdade é que esse conjunto parece pouco natural num elemento do sexo feminino, tanto como alguem que gosta de Matemática e Português possa gostar tambem de educação física. Isto levou a que se fizessem esforços para averiguar a origem das Mascote Vitória.


E os resultados, são, no mínimo surpreendentes. Até há uns anos antes, Vitória dava pelo nome de Zeca.

Sim, a nova mascote do Benfica é um transexual completo. Mas o mais chocante é a sua verdadeira história. Nascida… do em Alcântara, corria o ano de 1945, o jovem Zeca cedo abandonou os estudos mal completou a quarta classe, tendo passado o resto da sua infância e adolescência como aprendiz de mecânico numa garagem de pneus perto do então novo Estádio da Luz, onde depressa se afeiçoou ao clube das camisolas ainda encarnadas, muito por influência das duas Ânforas dos Campeões Europeus. A guerra colonial chamou-o para o teatro de combate em Angola, mas após desviar peças de chaimites foi expulso, e após alguns meses detido, começou uma nova vida como taxista e polidor de bancos de tasco nos tempos livres, profissão que ocupou até ter desaparecido de cena em 2006.

Um amigo de Zeca num dos tascos por ele frequentados, que prefere ficar anónimo, confidenciou alguns dos detalhes sobre a vida passada da nova mascote do clube com as camisolas parecidas com gelado de morango. O seu principal passatempo era, sem dúvida, discutir o apito dourado durante longas horas, repetindo “Pinto da Costa” a cada cinco palavras enquanto defendia a intervenção do estado para o condenar o mais depressa possível. “Provas? Não ganhamos um campeonato há mais de 10 anos!“, dizia. Outros passatempos incluiam ler A Bola, jornal que consumia de uma ponta à outra (desde que falasse em quase todas do Benfica, coisa que acontecia frequentemente) e principalmente a coluna de Leonor Pinhão, polir cuidadosamente as figuras de Nossa Senhora de Fátima e de Eusébio que exibia orgulhosamente no tablier do taxi e mandar piropos a raparigas menores de 17 anos que passem à frente do tasco. Não sendo muito activo, a sua actividade física preferida resumia-se ao levantamento do copo e descacamento de tremoços, e por vezes tentar roubar do caneco da mesa ao lado. Por vezes, em dia de jogo e após meia dúzia de copos tentava entrar em vias de facto com adeptos sportinguistas frequentadores do mesmo espaço.

Apoiou Vale e Azevedo fervoramente, aplaudindo ruidosamente a cada comentário contra os rivais que fazia nas assembleias gerais. Apesar de ter ficado alguns minutos de luto após a saída deste, depressa se converteu a Manuel Vilarinho (criticando as políticas de Vale e Azevedo) e depois ao seu Messias, Luis Filipe Vieira, do qual guarda religiosamente uma cotonete usada após fazer um telefonema para Valentim Loureiro antes de um jogo da taça num telefone público. Fã de Simão, chegou a ter na sua carteira fotos de João Manuel Pinto, Drulovic, Peixe, Marco Ferreira ou de qualquer outro jogador que tivesse vindo de um rival.

Quando não estava a fazer a ronda no taxi ou sentado no tasco podia ser visto a passar haxixe nas imediações do estádio da Luz. Durante alguns meses após o seu divórcio, viveu num banco perto do Estádio da Luz, e o seu melhor amigo era o seu fiel garrafão de cinco litros, que carinhosamente apelidava de “Nené”. Depois, desapareceu de cena, mas o anónimo confirmou ser Zeca – “Sim, é ele. E nem está muito diferente, continua a parecer um homem“.

Posted Sexta-feira, 26 Janeiro 2007 by Silva in QuatroTrêsTrês